Chegou-me às mãos o CONTACTO - jornal escolar n.º 8 da Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico.
Folhei-o de uma ponta à outra e detive-me na última página, observando as fotos do interior do edifício enviadas à antiga Secretária Regional da Educação, Lina Mendes.
Recuei ao início e encontrei a explicação para aquele filme que mais parecia uma habitação degradada e não habitada, que uma ESCOLA básica e secundária, construída nos anos 70 e ampliada mais tarde.
A Presidente do Conselho Executivo, conhecedora do processo, teve a coragem de lembrar o historial da construção de um novo edifício que, como foi assegurado pelo Governo em 98, estaria concluído em 2001.
Passaram 10 anos e nada foi feito: nem o atual edifício, em estado de degradação comprovada foi beneficiado e ampliado, como chegou a ser proposto, nem ... NADA!
As Lajes do Pico são o único concelho dos Açores, onde nada se fez, a não ser a escola básica da Ponta da Ilha em fase de construção para menos de uma centena de alunos. Infelizmente!
Já nos pronunciámos contra a saída da Escola B+S do centro histórico das Lajes porque, pelo conhecimento que temos, uma escola, sobretudo em meios pequenos, pode ter edifícios e instalações dispersas. E havia possibilidade de o fazer, recorrendo aos terrenos do parque de campismo que só são ocupados cerca de dois meses por ano e que distam cerca de 100 metros do edifício principal. Se a autarquia assim o entendesse, cederia esses terrenos, com contrapartidas, naturalmente.
O que não pode continuar a acontecer é a Escola BS ser a única da região a ter deficientes instalações. Por que não se encontra uma solução que responda às necessidades educativas e às vantagens de manter a escola no centro urbano? Já existiram projetos que adequavam o espaço existente. Faltavam as instalações desportivas? O parque resolvia a situação, com vantagens para o próprio parque e para a Vila.
Os responsáveis devem, pois sentar-se à mesa e repensar como responder a estes dois binómios, sem a resolução dos quais a população residente diminuirá de ano para ano, nem chegando a ser necessário proceder-se à construção de novo edifício.
O pior que poderá acontecer é decidir-se num qualquer gabinete, longe das Lajes, o que melhor servirá o concelho.
A entrevista de Olga Pacheco, provavelmente, sem o pretender, veio colocar, de novo, o problema da EB das Lajes na ordem do dia. Oxalá, quanto antes, se tome uma decisão acertada e definitiva!