Que aconteceu à página autárquica de O DEVER?
Segundo se diz por aí, a Câmara mandou suspendê-la (indefinidamente?)!
Era um espaço pago pela autarquia ao nonagenário Jornal das Lajes do Pico que, sem esta receita, (aliás a Câmara ainda não saldou a sua dívida aO DEVER) fica mais aflito financeiramente.
A situação difícil do jornal foi compreendida pela Câmara Municipal quando, há uns anos (num mandato do Eng. Cláudio, entendeu, a troco de uma página semanal de divulgação das actividades municipais, ajudar aquele orgão de comunicação social. Depois os outros dois municípios procederam do mesmo modo com os semanários desses concelhos. E muito bem. O Município punha e dispunha do espaço como bem entendia e veiculava as mensagens e informações que pretendia, sabendo, de antemão, que estava a comunicar com os cidadãos do seu concelho e não só, vivessem eles nas Lajes ou na diáspora.
Só que essa missão não foi bem desempenhada. E a página transformou-se num espaço publicitário de filmes, venda de livros e, poucas vezes, de informação das decisões camarárias.
O mesmo sucede, aliás, com o site do Município das Lajes do Pico, onde, por exemplo, o texto do Plano para 2008 não existe e as informações sobre o início e termo de obras está completamente ultrapassado, já para não falar de outros conteúdos que revelam um desconhecimento e o grande atraso do nosso município sobre as potencialidades e importância das tecnologias de informação. E este é um meio poderosíssimo e barato para informar e para promover o nosso concelho, junto de tantos cibernautas que buscam em Lajes, Ilha do Pico e whale-watching, um destino tão divulgado por revistas de grande circulação internacional!
Para substituir a página autárquica semanal de O DEVER, inventou-se um novo jornal, designado por suplemento mensal da revista do Município, intitulado Lajes do Pico, com uma tiragem de 2.000 exemplares. (O normal é um jornal ter como suplemento uma revista e não o contrário, mas aqui é assim!)
É claro que ficará mais cara a sua edição, impressão e distribuição pelo correio e não atingirá tantos leitores, sobretudo os lajenses que residem fora.
Esta decisão merece este protesto e uma séria reflexão dos responsáveis locais e dos cidadãos em geral pois os recursos financeiros, diz-se, são escassos. Pelos vistos, neste capítulo a Câmara ou a empresa municipal, que é o mesmo! tem um orçamento avultado para dispender com a edição das Revistas do Município e da Magma e agora de um jornal mensal ?!, quando faltam verbas para outros sectores basilares!...
Oxalá os responsáveis de O DEVER, entendam que a imprensa, sem os naturais constrangimentos de ferir susceptibilidades dos detentores do poder, é mais livre, mais independente, mais respeitada e mais lida.
Estes são princípios éticos que fundamentam uma imprensa saudável, defensora dos direitos humanos e dos princípios cristãos. Tudo o mais cheira a panfleto publicitário, a bajulação dos detentores do poder, a caciquismo. Nunca essas publicações entrarão na história das Lajes do Pico, que se honra de ter o Jornal mais antigo da Ilha e o semanário mais antigo dos Açores - O DEVER.