Voltamos, de novo, ao tema da desactivação da EBS das Lajes em favor de uma nova escola fora da vila. Há quem alegue que é a pior Escola da Região, pois não tem isto e mais aquilo, instalações para laboratórios, instalações desportivas e gabinetes para docentes. Muito bem. Há espaços junto à Escola que podem satisfazer, convenientemente, esses plausíveis anseios.
Mas a Escola é um equipamento social e, como tal, deve ficar integrado no espaço urbano. Não, como está previsto, num descampado. É o que dizem os compendios dos próprios alunos e todas as teorias de renovação, requalificação e reabilitação dos espaços urbanos.
Ou não é verdade?
Para reconfirmar tudo o que vimos dizendo, deixo aqui um excerto do artigo do Senhor Ermelindo Ávila, poublicado recentemente nO DEVER.
"A concretizar-se tal projecto, promove-se a completa destruição da vila, dela ficando, em poucos anos, apenas as ruínas, pelo abandono que vai provocar. Será que se pretende editar, na época presente, as antigas “Ruínas de Pompeia”?
Retirar da Vila a Escola Secundária é, como disse, o maior golpe que pode dar-se no seu desenvolvimento e no seu futuro. A Vila deixará de ter movimento de pessoas, pois as duas ou três centenas de jovens que virão a frequentar a escola, não terão tempo de a ela descer nos intervalos das aulas.
A eles não fará diferença a mudança da escola uma vez que o autocarro os leva a qualquer sítio onde a escola se encontre. Todavia deixa de haver a sua presença diária e a alegria louçã que emprestam à vila e dão movimento ao seu comércio.
Acresce que, construída a escola da Ponta da Ilha - para servir a Calheta, Piedade e Ribeirinha, os alunos até ao nono ano, deixarão de deslocar-se à escola das Lajes e esta ficará com a sua frequência bastante reduzida, de uma ou duas centenas de alunos.
Assim sendo, o actual edifício ficará com algumas salas desocupadas e, consequentemente, com espaços suficientes para todos os serviços, aulas e laboratórios e salas de estudo até, do Secundário.
E pergunto: Para quê, a construção de um outro edifício afastado da vila?
E qual a ocupação que vai ser dado ao actual? Demoli-lo? Deixá-lo ao abandono, como sucede ao edifício da Alfandega?
Estes e outros argumentos que podiam ser evocados, suficientes são para que a titular da Educação ou o Governo reconsidere a sua deliberação, a bem do Serviço Público e de uma terra que deseja que o seu futuro seja acautelado para que possa desenvolver-se e progredir.
Demais, se é necessário ampliar o edifício actual não falta espaço. O processo de expropriação tanto pode dar-se num local como no outro."