sábado, 8 de maio de 2010

É uma vergonha!

Aqui está a prova provada de que esta é uma ilha distante, afastada, desinteressante para muita gente. Não só para muitos políticos, mas também para empresários, religiosos... e até cientistas.
Só quando aqui há um congresso, um seminário, uma conferência, é que passam por cá, para provar a nossa farta gastronomia, o bom polvo à moda do Pico, o seu vinho, a carne, o queijo e muito mais.
Nessas ocasiões, o Pico vale a pena. É uma ilha sem igual, linda, os picarotos são um povo franco, aberto...e tantas palavras mais.
Palavras, digo bem...só palavras, que as obras, vão para outras paragens.
A recente inauguração do Lajeshoping, é um caso exemplar.
O Governo, que até financiou o empreendimento, fez-se representar por um digno Director Regional.
O Presidente do Governo não teve espaço na sua agenda (Na inauguração do Compre Bem, na Madalena, esteve lá!), nem o Secretário da Economia, ou outro que fosse... Ninguém para se congratular com um dos maiores investimentos privados do sul do Pico, nas últimas décadas.
Veio um Director Regional, pessoa muito competente- diga-se em abono da verdade!
O topo do Governo passou ao lado da festa que congregou gente de toda a Ilha, filarmónicas de todos os lados, consumidores, etc, e que foi transmitida pela sempre presente Lajes TV.
Este exemplo que aqui trago, ( do Climaat parado deste 25 de Abril! ) denota quão afastada se pretende manter as Lajes e o Pico, das restantes ilhas e do mundo exterior, que começa a delinear as suas férias.
Querem mais exemplos?

terça-feira, 4 de maio de 2010

Queremos os melhores, os que acreditam.

Foi um sucesso no dia da inauguração e nos dias subsequentes a abertura do Lajeshoping.
Do melhor que temos visto, à altura do melhor que há por aí.
O mais interessante é que os consumidores de toda a ilha tem-se manifestado satisfeitos.
Bom sinal.
Lepratecoma cujo objectivo é melhorar tudo o que a nossa terra tem, aplaude o investimento privado, sinal de que somos capazes, quando somos corajosos e tenazes.
"Por amor da nossa terra", tanto pode ainda ser feito, para melhorar as nossas condições de vida.
Há uns anos houve este slogan: Açores, ame-os ou deixe-os!.
O mesmo se diga agora. Quem não acredita que temos potencialidades, não faz falta.
Queremos os melhores, precisamos dos melhores, dos que acreditam que esta zona sul do Pico, em que vivemos, também vale a pena.

sábado, 1 de maio de 2010

Nós Padres...ponto final!!!

Esperava não ter de voltar ao assunto, mas um comentário do Pe Paulo Silva feito num post anterior obriga-me a mais alguns considerandos que julgo pertinentes, até porque este blog serve também para ajudar a formar, correctamente, a opinião das pessoas.
Não concordo com o comentário porque ele revela uma falta de diálogo e de abertura para debater uma decisão que, ao que parece, foi tomada apenas por nós padres que se arrogam da presunção de autoridade e ponto final.
Um mau exemplo de arrogância e de autoritarismo napoleónico ("l' état c'est moi") , a roçar o despotismo e o constantinismo.
Um autoritarismo que não admite o diálogo, o debate, a controvérsia em matéria bastante discutível, mesmo historicamente, e que, a meu ver, não deveria ser iniciativa do clero - que não é A IGREJA - picoense.
Na minha opinião, não compete à Igreja Católica picoense, celebrar os 550 anos do povoamento da Ilha do Pico que, como se sabe e é provado historicamente, se iniciou pelas Lajes.
Esta é uma efeméride que cabe, eventualmente, celebrar à sociedade civil: escolas, instituições públicas e outras, e a Igreja dar a sua perspectiva cristã, se for chamada para tal.
Missa às 17h00, seguida de procissão com os padroeiros - se não quizerem os seus padroeiros lá, façam boicote e tranquem as portas das Igrejas. São estes comentários a prova provada de que não preside a esta iniciativa uma motivação pastoral ou espiritual, catequética e evangélica. A expressão de PS desvaloriza a comunidade eclesial e pode conduzir ao show-off, ao espectáculo mediático, a um grande ajuntamento mais que a uma celebração religiosa da Fé e da Caridade.
Quando as decisões eclesiais são tomadas apenas pelo clero e não envolvem os fiéis, nega-se, completamente, o sentido de Corpo de Cristo e de Povo de Deus por que se designa a Igreja.
O autoritarismo dos presbíteros é contrário ao espírito de diálogo pastoral e à humildade recomendada pelo decreto "Presbyterorum Ordinis" (Sobre os sacerdotes) no n.º 9, onde se afirma: "Os sacerdotes - embora exerçam em razão do sacramento da ordem a tarefa mais elevada e indispensável de pais e mestres no seio do Povo e em favor do Povo de Deus - juntamente com todos os fiéis cristãos, são discípulos do Senhor..." .
Estes desígnios do Concílio Vaticano II são contrários ao nós padres temos autoridade para decidir estes assuntos, pois anula o diálogo pastoral com os leigos, essencial e indispensável ao serviço de pais e mestres no seio do Povo e em favor do Povo de Deus.
O "Não vale a pena estar a discutir o assunto..." revela intransigência e obstinação ao diálogo, prova que algum clero defende ou impõe a menoridade dos fiéis Denota que, afinal, a Igreja não é a comunidade dos filhos de Deus, mas uma instituição religiosa decadente e classista de clérigos, que não se conformam com a doutrina evangélica nem com a pessoa e vida de Jesus - Mestre , Pastor e Irmão.

É mais que um indício de uma prática pastoral desadequada, retrógrada e anti-eclesial.
O comentário do Pe Paulo Silva, é revelador de uma postura que em vez de atrair os fiéis e de os envolver num projecto eclesial comum, afasta-os e não os compromete na Fé, na Esperança e na Caridade.

Como teria sido fácil evitar estes procedimentos, se os sacerdotes, antes de decidirem sozinhos e para si próprios, tivessem promovido a reflexão com as pessoas e as comunidades, ouvindo o que elas pensam sobre o que os padres se propõem fazer.
Não só neste assunto das celebrações dos 550 anos, mas também noutras iniciativas realizadas no Santuário de São Mateus que não têm o acolhimento esperado.
Perguntem, humildemente, ao Povo de Deus e do diálogo franco e aberto saberão o porquê.