
Quem, na Ribeira do Meio, desce a Rua do Poço depara-se em frente com o Castelete, as Lajes e as muralhas e vigias do recuperado Castelo de Sta Catarina. Ao fundo da Rua, nos lavatórios públicos, ainda se ouvem as conversas das mulheres, lamentando-se da magra soldada da baleia e da ausência do marido na pesca da albacora, falando da saca da América recheada de roupinhas para as crianças vestirem pela festa e bisbilhotando os mexericos da rua.

O poço ainda aqui está vivo, aguardando um visitante curioso que o espreite em busca de água fresquinha da maré cheia.

Na volta do Castelo, o mar levou da Mouraria lamentos e cochichos de mulheres da Vila que atravessavam as pedras roliças na maré seca, com selhas à cabeça, para lavar os trapos de vidas difíceis.

Ecoam estórias de tantas famílias nos murmúrios das marés matinais, enquanto as gaivotas se lavam da escuridão da noite e dançam a chegada da primavera.
4 comentários:
Obrigado pelas fotos.Elas recordam-me tempos passados. E eram precisamente como são relatados. Parabens.
Belo post!
Obrigado e Parabéns!
Ecoam historias nao estorias.
Quando se pretende dizer história estamos a falar de acontecimentos relevantes que integram a HISTÒRIA como ciência. No caso vertente, estórias são acontecimentos comuns que não implicam com o percurso das sociedades, por isso é normal e usual escreverem-se assim. Não é portanto, erro ortográfico, como o comentarista quer fazer crer.
Enviar um comentário