quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A "independência" do Senhor Deputado

Acabei de ler no Jornal do Pico um artigo assinado por Lizuarte Machado, cidadão, comandante da marinha mercante e deputado eleito do PS pelo Pico.
Sendo que o escrito fala do transporte marítimo entre Pico e Faial - é maior o número de passageiros entre a Madalena e a Horta que no sentido inverso, - importa que tudo se faça para manter este tráfego dentro do razoável e das necessidades dos utentes, que vão ao Faial para o essencial e o acessório, sendo que o essencial e básico são os cuidados de saúde hospitalares e as viagens de avião... e o secundário ou acessório são as compras de bens e serviços que só em casos pontuais é que no Pico não há.
Mas o referido articulista que também é deputado eleito pelo Pico tem, a propósito da ligação aérea com Lisboa a seguinte afirmação: "enquanto o Pico, nesse tráfego, mantiver uma única e inútil (sublinhado meu) ligação semanal" (sic).
Com amigos destes, político responsável do grupo parlamentar do PS, não há piores inimigos...
Se não houvesse a única ligação a Lisboa, por certo, não se pretendia que outras existissem, Sr.Deputado, Comandante da marinha mercante. Quando todos reclamamos mais ligações teria sido preferível que Lizuarte Machado contivesse a sua aparente preferência em viajar pela Horta e respeitasse quantos pagam do seu bolso uma pesada taxa para viajar de avião pelo Faial.
Há pessoas de onde se espera maior contenção na liberdade de expressão e mais prudência nos seus juízos de valor, pois demonstram a sua discordância com o Governo que dizem apoiar. Até onde chega o seu grau de independência!?...

14 comentários:

Anónimo disse...

É sempre arriscado comentar frases descontextualizadas de um artigo que, estou certo, fará juz à condição de deputado do Pico – um defensor intransigente de todos os picoenses. Não acredito, portanto, que algum deputado, muito menos alguém que está a concluir dois mandatos, fraqueje no cerne da sua função. Deve haver aqui um qualquer equívoco. Não estará alguém a lhe tirar o tapete, apenas por ser independente?
É verdade que os faialenses precisam do apoio da Assembleia e do Governo para ampliarem o seu aeroporto. E quem pode levar a mal aos faialenses pela defesa da sua terra? Veja-se (http://rotadashortencias.blogspot.com/2007/09/aeroporto-da-horta.html). E atente-se nas declarações de C. César ao Diário Insular (Julho de 2007): o Faial atravessa uma época de ouro a nível do investimento público (IP). E tem sido esta a regra do IP no triângulo, com as respectivas implicações reprodutivas no sector privado e consequente melhoria das condições de vida dos faialenses.
É necessário que se aproveite o debate, primeiro nos partidos depois durante a campanha eleitoral de 2008, no sentido de esclarecerem os eleitores sobre quais os candidatos a sufrágio que irão fazer a diferença na luta pelos direitos dos picoenses.
Só assim o Pico poderá seguir a divisa romana: Não pagar a traidores.

Anónimo disse...

Espero que o sr deputado não tenha proferido tal afirmação. Em termos probabilísticos, se o Faial e o Pico têm aproximadamente a mesma população, terão também o mesmo número de pessoas a querer viajar para Lisboa, logo não se percebe porque é que a tendência não seja para um nº de voos iguais em cada uma das ilhas. Perante este raciocínio é difícil compreender alguém que acha que o voo do Pico é inútil. Seria muito interessante, e nem percebo porque ainda não foi feito, fazer uma sondagem séria e competente, junto ao balcão de check-in do aeroporto da Horta e junto à porta das chegadas.

Bastava estar uma pessoas em cada um destes sítios a fazer a seguinte pergunta:

Aos que embarcam – Vem do Pico para embarcar na Horta? Sim ou Não
Aos que chegam – Vai para o Pico de lancha? Sim ou Não

O exercício seguinte seria comparar o nº de pessoas que vem do Pico e que vão para o Pico com os valores de tráfego do aeroporto da Horta.

Seria interessante saber qual o real impacto dos passageiros do Pico no tráfego do aeroporto da Horta e mesmo na economia Faialense. Não podemos esquecer que nesta questão ainda está envolvida as viagens de táxi Horta / Aeroporto e vice-versa, as possíveis dormidas por falta de lancha, especialmente no Inverno.

Será muito difícil aos nossos iluminados governantes, perceber um raciocínio tão simples?

Não seria de bom senso, retirar nem que seja um mísero voo ao Faial e passá-lo para o Pico? Aí veríamos se era inútil ou não?

Não sou ingénuo ao ponto de pensar que todas esta questão é fácil de resolver, mas acho que os deputados do Pico deveriam colocar a defesa dos interesses locais acima dos interesses partidários.

É importante não esquecer que também é necessário criar no aeroporto do Pico as condições necessárias para estes voos, nomeadamente a nível de combustível e catering.

Anónimo disse...

Concordo perfeitamente consigo, caro Ribeirense. Tenho vários amigos que, este ano, necessitaram de viajar para o Pico e tiveram que ir pelo Faial. Não conheço o contrário, porque será?
Que os picoenses abram os olhos, pelo menos uma vez: O Faial quer melhorar o porto, quer aumentar o aeroporto, quis o hospital, etc, etc ...
E qual é a justificação? Para servir o Pico.
Ora chega, que não somos tansos! Nunca pedimos para sermos adoptados pelo Faial. Quando viajo prefiro fazer escala na Terceira, a fazer transbordos e esperas intermináveis pelo Faial. E quero consultar médicos em S. Miguel, ou então que se acelere a telemedicina no Pico. Não tenho nada contra o Faial, até gosto de ir lá beber um gin e fazer umas compritas, mas no Verão e quando me apetecer.
Estará algum iluminado a ver um turista no tira malas, põe malas, entra no táxi, sai do táxi, entra na lancha, sai da lancha, entra no táxi – enfim, um rol de incómodos, esperas e dinheiro até chegar ao hotel no Pico.
Os deputados que defendem o Faial devem, na próxima legislatura, ser eleitos pelo Faial. A não ser que, além de Roma, o Faial também não pague a traidores.

Anónimo disse...

Plenamente de acordo com a afirmação de Paulo Pereira, quando diz que é arriscado comentar frases fora do contexto. No entanto, parece-me (Perdoem-me se estou errado!) que as nossas "forças vivas" não têm feito tudo o que poderá estar ao seu alcance, no sentido de, neste capítulo, melhor defender os legítimos interesses do Pico.
Desculpem se estou a ser injusto para alguém, mas esta é a percepção que tenho dos factos.

Anónimo disse...

Sr Paulo Pereira vejo que neste aspecto estamos 100% de acordo, eu também viajo sempre pela terceira, quando não o posso fazer directamente ao Pico. Não quero fazer parte das estatísticas de passageiros do aeroporto da Horta.
Ir lá para beber um gin? sim, mas volto logo na lancha seguinte.
Cabe a cad um de nós pressionar nas agências para viajar pelo Pico, porque acho que até ao nível de promoção dos voos do Pico junto das agências de viagens, existe uma política de empurrar os passageiros para a Horta.

Anónimo disse...

É razoável duvidar se a frase citada, foi ou não retirada do contexto do artigo de LM. Mas para sses leitores o melhor é consultarem o sitio do http://www.picoazores.com e ler o artigo que está na primeira página do sítio.
Certamente concluirão pela justeza da crítica feira à "viagem única e inútil".
Quanto aos comentários anteriores, sobre a "descontextualização de um artigo" o melhor é lerem e relerem o post e depois tecerem comentários. Desse modo seriam mais justas as críticas.

Anónimo disse...

Na realidade enquanto tivermos apenas uma única viagem por semana podemos dizer que é praticamente inútil. É por existir apenas uma viagem por semana que viajar para o Pico é mais caro do que para a Horta (basta fazer uma simulação no site da Tap). Logo qualquer turista prefere ir para o Faial...
Para além disso só com muita sorte o dia em que viajamos é o mesmo dia da semana em que há o voo...
Resumindo, uma única viagem é praticamente inútil...

Anónimo disse...

de alguns comentários aqui deixados também se pode deduzir que se uma viagem semanal é inútil, onde deveria deixar de existir?... com esta maneira de pensar haveremos sempre de ficar dependentes do Faial.

Não seria preferível afirmar que uma viagem semanal é muito pouco ao invés de afirmar que é inútil?

Anónimo disse...

O que pretendi afirmar foi que, juntamente com o post, não custaria contextualizar, ou seja acrescentar o endereço do artigo, que é: http://www.picoazores.com/artigos/index.php?PHPSESSID=0312162807db38a79dfb6d98bb1eca24 - Artigo Canal Pico/Faial. Pois, nesta era de sociedade de informação, mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.
O artigo tem na verdade essa frase infeliz, mas, a meu ver, deve-se mais a descuido ou inabilidade que propriamente ao significado que lhe querem dar: o seu a seu dono.
Contudo não deixa de demonstrar uma insensibilidade, pouco comum num homem da assembleia, relativamente a um assunto tão quente e que ele próprio já foi protagonista. Esperemos que de maneira convicta.
E não vamos sacudir a água do capote com o termo “independente”, porque é impossível um cidadão se apresentar a sufrágio de forma totalmente independente.
Os erros têm sido sucessivos e traduzem-se na equação: de um lado a segunda maior ilha dos Açores em tamanho e idêntica ao Faial em população = investimento público muito abaixo desta, que tem uma dimensão muito mais reduzida. Estaremos a seguir a máxima da democracia: um Homem, um voto?
Perante tanta injustiça, os srs deputados não são obrigados a votar os orçamentos carneirescamente ao lado do seu grupo parlamentar. Isto já é mais que sabido e não necessita de super deputados, ou de génios: basta apenas haver humildade e um pouco mais de desprendimento...

Anónimo disse...

O Sr.deputado (Comandante Naval)fala de transportes aéreos. Seria
de propor que falasse de transportes maritimos e defendesse as obras no interior do porto da Madalena onde o novo barco, que está a ser construido, terá dificuldades em manobrar devido á sua dimensão, com o espaço reduzido em consequencia das obras de construção da marina.Para bem dos picarotos......

Anónimo disse...

Seria interessante que os madalenenses manifestassem essaopinião ou através de blog ou através do "ilha maior". Tenho muito gosto em discutir aqui problemas da Madalena que são tb do Pico em geral, mas a cidadania faz-se através da intervençao pública. Sejam bemvindos os problemas da Madalena ao LEPRATECOMA.

Anónimo disse...

O porto da Madalena é o principal porto de entrada e saida do Pico. Todas as obras que o melhorem são bem vindas, mas cuidado com erros que possam comprometer o seu valor. Preparam-se barcos maiores e o espaço de manobra fica reduzido. Até os cruzeiros utilizam esse espaço nalguns dias de inverno. Será que os novos barcos não viajarão de inverno? Como será feita a viragem para sair?
Um bom porto na Madalena será um bom porto na Ilha, servido todos os passageiros e contribuindo para o desenvolvimento do Pico.

Anónimo disse...

As voltas que o mundo dá. Da frase infeliz do Deputado da Piedade, passa-se subrepticiamente para o Porto da Madalena. A Madalena tem o Porto que tem e já é muito bom. Não podem os Madalenas ir até ao Porto de São Roque para embarcarem como fazem os demais Picarotos que habitam a muitos mais quilómetros de distância? Um Porto dimencionado para transatlânticos? Era? Já agora façam desaparecer os Ilhés da Madalena ou então aproveitem-nos para chumbar umas docas flutuantes como as que agora estão em voga e assim os navios de grande porte acostarão a ela, mas...com enrocamento na Areia Larga e na Barca...Assim a Madalena ficaria ao nível de Sines, para poder exportar todo o vinho que a Adega Cooperativa da Madalena, e colheitas menores, que não a deste ano, por exemplo, teria condições de escoar para o exterior. Por favor e pedindo desculpa por este arrazoado um pouco brincalão, sejamos coerentes e não passemos «além da nossa chinela».

Anónimo disse...

Nas obras do porto,o cais onde actualmente encostam os "cruzeiros",será acrescentado, para permitir a acostagem do novo barco, que está em construção e será utilizado nas ligações do grupo cental e foi dezenhado para entrar nesse porto.
A questão é a diminuição do espaço interior com as abras de construção da marina.
Melhorar o porto é um bem para a ilha, mas atenção para não comprometer o futuro. O resto da ilha não fica prejudicada.
Boas obras para o bem da ilha e dos Açores.