quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

UMA IMAGEM SEMPRE PRESENTE



Hoje à tarde, perante a beleza desta paisagem, lembrei-me de evocar todos quantos daqui partiram para outras paragens, ainda na flor da idade, motivados pela conquista de melhores condições de vida.
Quantos e quantas que já não vejo há anos!... Estão nas cidades norte-americanas da Nova Inglaterra ou da Califórnia, nas terras frias do Canadá, no continente português e por essas ilhas, sobretudo nas mais populosas. Foram engrossar o número de trabalhadores e de quadros bem sucedidos e remunerados e seus filhos, já daqui não são. Vêm, quiçá, todos os anos, mas, quando chega Setembro, debandam para os seus destinos.
Ao olhar para este silencioso e encantado recanto, apetece-me ir de casa em casa, de rua em rua, escrever, em letras bem visíveis, os nomes dos que nasceram na Rua de Baixo e na Maré, na Rua Direita, dos Sapateiros, na Rua Nova e na Pesqueira e que já por cá não andam... brincando na Lagoa atrás de um barquinho de madeira, ou à noite no Cruzeiro, por entre os canteiros de um jardim pouco cuidado.
São tantos que só numa via-sacra saudosa, poderei reavivar os seus nomes.
É importante recordá-los aos que aqui vivem porque já fomos muitos mais.
Os que daqui abalaram, têm a imagem deste fim de tarde, quase primaveril, sempre presente, enquanto os que cá residem podem ou não valorizá-la...

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma imagem sempre presente!
É por estas e por outras que, ainda, vale a pena navegar por este mundo dos blogs.
Eu nasci na Rua dos Sapateiros, joguei à periquita na Rochinha, brinquei com barquinhos de madeira e de folha de lata de conserva na Lagoa e na pedreira, rompi sapatos e calções no velhinho campo de futebol, quando este era atravessado pela estrada e tinha erva de burro a dar com um pau, raspei-me na "Janica" até o lajido e depois ouvi os raspanetes do Mestre Vieira e do Mestre Ti-Águinha, joguei aos quatro cantinhos e à covinha no Cruzeiro, saí a tocar na Filarmónica (Trompa)ainda andava de calção e frequentava escola primária... Abalei há poucos anos, já homem feito. Diz-se que só damos valor às coisas depois de as perder-mos. Eu não perdi as Lajes, nem o Pico, mas que tenho imensas saudades, lá isso tenho!
Não quero o meu nome escrito na Rua dos Sapateiros mas a verdade é qie foi nela que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, na companhia, entre outros, do Joâozinho e do Germanino. Passados todos estes anos ela continua a ser a minha Rua e as Lajes a minha Terra.
Obrigado Lepratecoma, por me teres proporcionado tão bela imagem.
Um abraço apertado.

Anónimo disse...

Francamente e uma paisagem linda que da imensas saudades, especialmente num dia de nevao aqui nas terras do Canada.Continuem a mandar que e muito apreciado.