O Governo dos Açores volta ao Pico um dia destes. Em visita estatutária.
Não sei o que assinalará a visita, em 2010, mas presumo que será inaugurado o Porto da Manhenha, cujas obras já terminaram há meses e desconheço se há mais alguma obra cuja fita irá ser cortada.
O que importa é se há novidades sobre o desenvolvimento da Ilha, face ao seu despovoamento, envelhecimento e falta de perspectivas para os mais novos.
Ouvi que o conselho de ilha já tinha elaborado o memorando para entregar ao Governo. Mais uma vez, obras e mais obras: a nova escola Secundária das Lajes, porto da Madalena, porto de São Roque, transportes aéreos Pico-Lisboa...
Quanto à primeira, acredito que não faz sentido o investimento, face à instalação de uma escola do 2º e 3º ciclos, na Piedade. Do porto de passageiros e de recreio de São Roque, bem como do da Madalena, penso que em tempo de crise, devemos ser parciomoniosos e aguardar para ver o que isto vai dar.
Não ouvi falar de novos paradigmas para o desenvolvimento que valorizem as nossas riquezas marinhas, as riquezas ambientais, ou a investigação científica, ou um aproveitamento maior dos nossos produtos agropecuários como o queijo típico e a carne, os vinhos e outros produtos característicos.
Não basta consagrarmos a paisagem da vinha como património mundial. Impõe-se que daí colhamos benefícios económicos. Não basta dizermos que o queijo do Pico tem muita fama, quando ele vende-se mal, apresenta-se mal e continua sem grande saída.
Não basta relevarmos a nossa cultura, a nossa gastronomia, a nossa natureza, a nossa paisagem, se tudo isso não beneficiar os que aqui vivem, criando novos serviços, novos empregos, novos atrativos.
Quando em todas as ilhas o whale-watching fôr uma espécie de monocultura do mar, acabou-se o negócio.
Quando em todas as ilhas se produzir o mesmo queijo da Ilha, acabou-se o queijo típico do Pico.
Quando em todas as ilhas as produções forem iguais ou semelhantes, acabou-se o atrativo das pequenas ilhas, pois os visitantes ficarão nos destinos mais próximos e menos caros e aí terão uma visão global dos Açores. Não acreditam?
Então esperem para ver.
O Governo vem ao Pico? Que venha.
Se os empresários e políticos desta terra só continuarem a exigir-lhe a construção de mais obras públicas e não: projectos inovadores, consistentes e perspectivas modernas e inovadoras de um desenvolvimento adequado a esta Ilha, o Governo não terá muito que pensar e fazer. Os engenheiros, arquitectos e gabinetes projectistas far-lhe-ão o trabalho de casa.
Uma coisa, porém, é certa: Nunca, em tempo algum, o cimento gerou desenvolvimento.
Perante isto, mais vale aos empresários e políticos desta terra exigirem ao Governo que estude com organizações competentes, quais os sectores em cuja viabilidade e mais-valia devem apostar os investidores locais ou exteriores. Para que o Pico tenha mais gente e as suas riquezas e vantagens - o seu futuro - sejam valorizados.
De contrário, estamos a brincar às obras públicas e a desperdiçar tempo, dinheiro e energias.
Não sei o que assinalará a visita, em 2010, mas presumo que será inaugurado o Porto da Manhenha, cujas obras já terminaram há meses e desconheço se há mais alguma obra cuja fita irá ser cortada.
O que importa é se há novidades sobre o desenvolvimento da Ilha, face ao seu despovoamento, envelhecimento e falta de perspectivas para os mais novos.
Ouvi que o conselho de ilha já tinha elaborado o memorando para entregar ao Governo. Mais uma vez, obras e mais obras: a nova escola Secundária das Lajes, porto da Madalena, porto de São Roque, transportes aéreos Pico-Lisboa...
Quanto à primeira, acredito que não faz sentido o investimento, face à instalação de uma escola do 2º e 3º ciclos, na Piedade. Do porto de passageiros e de recreio de São Roque, bem como do da Madalena, penso que em tempo de crise, devemos ser parciomoniosos e aguardar para ver o que isto vai dar.
Não ouvi falar de novos paradigmas para o desenvolvimento que valorizem as nossas riquezas marinhas, as riquezas ambientais, ou a investigação científica, ou um aproveitamento maior dos nossos produtos agropecuários como o queijo típico e a carne, os vinhos e outros produtos característicos.
Não basta consagrarmos a paisagem da vinha como património mundial. Impõe-se que daí colhamos benefícios económicos. Não basta dizermos que o queijo do Pico tem muita fama, quando ele vende-se mal, apresenta-se mal e continua sem grande saída.
Não basta relevarmos a nossa cultura, a nossa gastronomia, a nossa natureza, a nossa paisagem, se tudo isso não beneficiar os que aqui vivem, criando novos serviços, novos empregos, novos atrativos.
Quando em todas as ilhas o whale-watching fôr uma espécie de monocultura do mar, acabou-se o negócio.
Quando em todas as ilhas se produzir o mesmo queijo da Ilha, acabou-se o queijo típico do Pico.
Quando em todas as ilhas as produções forem iguais ou semelhantes, acabou-se o atrativo das pequenas ilhas, pois os visitantes ficarão nos destinos mais próximos e menos caros e aí terão uma visão global dos Açores. Não acreditam?
Então esperem para ver.
O Governo vem ao Pico? Que venha.
Se os empresários e políticos desta terra só continuarem a exigir-lhe a construção de mais obras públicas e não: projectos inovadores, consistentes e perspectivas modernas e inovadoras de um desenvolvimento adequado a esta Ilha, o Governo não terá muito que pensar e fazer. Os engenheiros, arquitectos e gabinetes projectistas far-lhe-ão o trabalho de casa.
Uma coisa, porém, é certa: Nunca, em tempo algum, o cimento gerou desenvolvimento.
Perante isto, mais vale aos empresários e políticos desta terra exigirem ao Governo que estude com organizações competentes, quais os sectores em cuja viabilidade e mais-valia devem apostar os investidores locais ou exteriores. Para que o Pico tenha mais gente e as suas riquezas e vantagens - o seu futuro - sejam valorizados.
De contrário, estamos a brincar às obras públicas e a desperdiçar tempo, dinheiro e energias.
9 comentários:
Completamente de acordo... mais uma vez o Governo passa cá para tapar os olhos aos Picarotos, mas investimentos reprodutivos e geradores de riqueza e fixação de jovem... nada vezes nada
Completamente de acordo!!! O Pico precisa de outras coisas e não de cimento e mais cimento.
Medina
Os meus parabéns por esta visão muito lúcida do futuro desta ilha.
Não poderei de me manifestar sobre o que foi dito sobre a construção da nova EB/S das Lajes do Pico. Estando eu afastado, já alguns anos da minha terra natal, continuo ligado a ela, tanto pela minha família, como recentemente fiquei no quadro da Escola. Pois conhecendo as várias Escolas da Região poderei considerar que actualmente é a pior Escola da Região a nível de infra-estruturas. Peço desculpa pelo comentário, quem está contra a nova Escola é porque não percebe nada sobre Educação e condições para o ensino de qualidade. Pois recentemente estive em conversa com a Sr.ª. Secretária e ela disse-me que a escola é para avançar e vai ficar uma das melhores escolas da Região.
Cumprimentos a todo o pessoal das Lajes do Pico.
Boa tarde a todos os “bloguistas”, que estando espalhados pelo mundo usam este espaço para se informarem do que se passa neste Município e nesta Ilha do Pico.
Quero confessar que li este “post” aquando da sua colocação, fazendo apenas uma leitura "diagonal" e rápida. Voltei e fiz uma leitura completa, atenta e decidi fazer uns comentários a respeito deste assunto.
"Uma organização que visa o lucro é, não apenas falsa, mas também irrelevante. O lucro não é a causa da empresa, mas a sua validação. Se quisermos saber o que é uma empresa, devemos partir da sua finalidade, que será encontrada fora da própria empresa. Essa finalidade é: CRIAR UM CLIENTE."
Esta citação pertence a Peter Drucker no livro: "Men, Ideas and Politics" de 1971. O autor deste livro é considerado por muitos o grande gestor de todos os tempos e as suas declarações além de intemporais são igualmente transversais a diversas áreas da Sociedade.
Assim, vou extrapolar esta afirmação para a o paradigma “Sector Público/Sector Privado” (quem faz o quê?) e posso chegar facilmente à ideia de que não cabe ao sector público abrir empresas, essa tarefa pode e deve ser deixada aos investidores, a criação de empresas tem, e deve ser, a validação das politicas económicas seguidas como o concretizar do seu objectivo máximo e não uma linha politica a seguir.
O objectivo primordial do sector público é a criação de condições, sejam elas legislativas ou infra-estruturais. Neste sentido, penso que, neste momento, é importante a inclusão dos Portos do Pico, do Aeroporto do Pico, do Centro de Saúde da Madalena e das Escolas das Lajes do Pico e da Piedade no memorando a apresentar ao Governo Regional dos Açores aquando da Visita Estatutária, pois estes pontos são estruturais para a ilha do Pico, estes pontos são o alicerce sobre o qual a economia local irá assentar. A inclusão destas obras, convém não esquecer que algumas delas já estão em andamento e outras a iniciar (o Governo Regional dos Açores prima pelo cumprimento dos seus manifestos eleitorais) é o reclamar da validação de uma politica que quer ir ao encontro de uma finalidade: a criação de condições para a promoção de investimento na Ilha do Pico.
Para finalizar, deixo esta citação de Peter Drucker: "The best way to predict the future is to create it".
Eugénio Freitas
Lendo o "Basalto Negro" encontro duas notas, que transponho neste comentário e estou também a pensar que em vez de Mário Freitas (1ª.) dizer que "o C.I.P. (Conselho de Ilha) não serve para nada e deveria ser extinto, porque não acatam as suas recomendações" não seria antes de repensarem a finalidade para que foi criado - mais reflexão e perspectivas de futuro - do que se limitarem a um elencar repetitivo de obras pretendidas? É que assim só dão razão a Carlos César (2ª) "O Presidente do Governo dos Açores, Carlos César, afirmou esperar mais, que o Conselho pedisse novos projectos para a ilha, no início de uma nova legislatura.C.Cesar a 6 de Maio de 2009"
Quanto ao comentário do Professor José Neves, depois de muitas informações recolhidas e de troca de opiniões, estou também de acordo que as actuais instalações da Escola Secundária das Lajes estão obsoletas, mas porque se levou tanto tempo em indefinições e porque desapareceu o espaço desportivo do antigo campo de futebol que lhe dava apoio nessa área. Mesmo com a "deslocalização" dos alunos da Ponta da Ilha para a nova escola a construir, do mesmo nome (1º, 2º ciclos, jardim de infancia e Ginásio) e consequente redução de alunos na escola da vila, dificilmente se compatibilizariam as necessidades com o espaço disponivel. Hoje, dizem os tecnicos da educação, a vertente formativa da educação fisica é imprescindivel na formação do jovem, pelo que a insanável falta de espaço nessa área, e só essa, me leva a concordar com o Sr. Professor José Neves, professor precisamente dessa área.
Comunicado do Conselho de Governo
Madalena, 8 de Abril de 2000
"Aprovar a localização da nova escola das Lajes do Pico, cujo projecto está em elaboração, nos terrenos anexos à ermida de Santa Catarina, naquela vila"
Já não é nos Biscoitos?
E ali tem espaço?
O que é preciso é que se faça, mas "gato escaldado de agua fria tem medo".
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