quarta-feira, 24 de março de 2010

Igreja do Pico "a quatro velocidades"?

Li há dias, nO DEVER uma opinião de Paulo Silva, que presumo tratar-se do Director do Jornal e pároco "in solidum" das paróquias da Piedade, Calheta, Ribeiras, Sta Bárbara, Lajes e Silveira . Reza assim:
"O Pico no que respeita à vivência da fé anda a quatro velocidades: a Zona da Madalena fervorosa mas muito tradicionalista, São Roque um pouco apática, Lajes muito morta e a Ponta da Ilha isolada como se de um microclima se tratasse."

Mais adiante, o referido articulista acrescenta: " O Pico é uma ilha e infelizmente tem três concelhos que vivem do egoismo e de bairrismos infantís que impedem o nosso desenvolvimento."

Quem acusa "saudosistas, carreiristas e aristocratas decadentes que ignoram o Evangelho" mas reconhece que " o Pico é uma ilha, uma unidade, uma Igreja e não uma manta de retalhos como alguns pobres de espírito, teimam em defender", revela não ter capacidade para conhecer e aceitar as diferenças, falta de diálogo pastoral, desconhecimento da história e da cultura local e distanciamento relativamente ao fenómeno sócio-religioso.
Antes de estampar estas reflexões descontextualizadas e desconexas no semanário da paróquia das Lajes do Pico, Paulo Silva deveria ter partilhado o que pensa com os leigos e organismos da sua Zona pastoral. Certamente, desse diálogo que parece não ter existido, teria resultado uma visão mais compreensiva sobre práticas e vivências religiosas que se devem também, e sobretudo, imputar ao clero de que ele faz parte. O seu escrito contradiz, portanto, a alegada "Unidade Eclesial".
A Igreja de Jesus Cristo, é a Igreja Povo de Deus, não a igreja hierárquica. Os sacerdotes estão ao serviço da construção da(s) comunidade(s) e não devem arvorar-se em proeminentes sábios e juízes como na época constantiniana e feudal.
Transformar o clero em casta "sagrada", em senhores da verdade absoluta, tribo intocável e autoritária, é um contra-testemunho para os simples fiéis, discípulos da Igreja e da mensagem de salvação que seus pais lhes legaram.
Este respeito para com os crentes, deve presidir sempre a quaisquer julgamentos que se façam sobre a fé de cada um.
Até porque "só Deus conhece o interior de cada homem ou mulher".

(Deixo para outra ocasião a reflexão de P.S. sobre a função pastoral do Santuário do Bom Jesus, e a pastoral paroquial.)

21 comentários:

Anónimo disse...

Ora aqui está um bom texto para reflexão, que vou acompanhar com interesse. Parece-me todavia que reflecte o pensamento de todo o clero actual da ilha, já que o mesmo texto, com louvores ao seu autor, está transcrito no blog portonovo. Parece-me, pois,um arrazoado de utopias infantis, sem pés nem cabeça. São pedofilias intelectuais. Não merecem resposta, mas importa alertar os que ainda acreditam e praticam a fé que herdaram dos seus antepassados.

artur xavier disse...

Uau!... A lepra me coma se eu estava à espera da acutilância desta mensagem.
A Igreja, porque composta de seres Humanos, não podia (?) passar ao largo desta "crise" em que se encontra mergulhado o País e, ao fim e ao cabo, este mundo em que vivemos. Para além de todas as crises, sobressai, porque demais evidente, uma crise de senso. Bom senso. Sem diálogo e sem a devida e necessária auscultação, corre-se o risco de, na ânsia de querer dizer muito e tudo ao mesmo tempo, cometerem-se erros que, mais tarde, poder-se-ão revelar irreversíveis. " Está tudo por fazer e tudo é possível... Quem senão todos? " - Miguel Marti i Pol (Poeta Catalão)

Anónimo disse...

Como a verdade doi. E vao logo buscar tantos alardoados.Credo....

Anónimo disse...

Estão escandalizados com a opinião do Senhor Padre Paulo? Porquê?
Quem diz a verdade não mente e por vezes a verdade fere!

Anónimo disse...

Bendito sejam anonimos que dizem o que é verdade mas que doi a alguns, e vao buscar argumentos nojentos e que nao vem para o caso. Em caso esta o que o senhor padre disse e que esta correcto, mas faz dores de cotovelo. Aceitem e troquem. Sim ai e aqui no canada o portugues é bairrista e por isso nunca chega a lado nenhum. Bem haja senhor padre Silva, alguem tem corajem de dizer o que esta certo.
Um amigo

JL disse...

O pior que estes comentários revelam é a falta de reflexão das pessoas sobre o que está escrito. Muitas pessoas aceitam piamente o que os padres dizem, como se fosse verdade de fé. E não é.
O Pe Paulo Silva, que critica a existência de três concelhos, aceita a divisão da ilha em quatro zonas. Porquê? Porque dois padres são responsáveis da Piedade à Silveira? Não é por aí. Quanto ao mais, considerar a igreja morta numa zona, fria noutra, fervorosa ainda noutra e afastada na quarta, desresponsabilizando o(s) lider(es)religioso(s) desse juízo pessoal é fazer um juízo injusto. O bom Pastor guia as suas ovelhas. Não as comanda nem se coloca à margem da caminhada de fé dos paroquianos da sua zona, responsabilizando apenas os leigos.
Parece que ser essa a postura do Pe R.S. no citado artigo.

Francisco disse...

Li, reli e apreciei muito o artigo de Emílio Porto nO DEVER desta semana. Profundo, sensato, aberto, tolerante, denotando conhecimento e reflexão teológica sobre o actual pensamento eclesial.
Merecia reflexão profunda pelo clero da Ilha, que não viveu - e, ao que parece, - não aprendeu suficientemente o que pretendeu a renovação conciliar.
Pena é que "Corrupção do sagrado" e outros judiciosos escritos de MEP, só tenham direito a uma secundaríssima página interior,sem o destaque que outros colaboradores menos interessantes têm na última página. Mas isso só revela a ignorância e/ou desinteresse de quem dirige o jornal e não percebe a influência que esse "púlpito" tem na formação dos assinantes. Até quando?

armas de s.francisco disse...

No domingo de Páscoa a missa nas Lajes é às três horas. E diz o pároco que "está morta". Mas que falta de senso, dizia um amigo meu. Então ele não vê que as famílias estão reunidas ou visitam-se?
Será que os padres estão cansados e querem ir gozar férias mais cedo para fora da Ilha?

Anónimo disse...

Meus caros:
A culpa não é dos Padres, mas sim, do seu iluminado Pastor.
Tantas "trocas e baldrocas" que só definem a falta de lider que, infelizmente, é.
Que Deus o ilumine e que o cajado que ostenta, seja,realmente, o de um "verdadeiro" Pastor, que apascenta, com inteligência, as suas ovelhas.

Anónimo disse...

Queriam tanto um açoriano para Bispo, aí o tem. Mais parecido com um cata-vento. Tá tudo dito.(Anónimo de Angra)

Anónimo disse...

Missas dominicais

Com a chegada do novo pároco João Ponte e a continuidade do Pe. Paulo Silva às paróquias de Santa Bárbara e Santa Cruz, estas passaram a ser servidas, em conjunto, por dois párocos, ao contrário de um, responsável por cada uma delas, como vinha acontecendo. Com isto, dá-se algumas alterações ao modo como elas funcionavam, uma das quais, venho aqui lançar para tema "Missas dominicais", para uma troca de opiniões, ou porventura, esclarecimentos. Deixou de haver missas todos os domingos nestas duas paróquias, como era hábito. Na ausência do sacerdote responsável, viria outro colega substiuí-lo, mas nunca deixou de haver missa. Isto está a acontecer por haver um reduzido número de pessoas a participar nestas eucaristias? Excesso de paróquias a cargo dos referidos padres? Este metodo traz algum beneficio para a igreja? Ou vai fazer com que as pessoas se continuem a afastar da missa?

Retirado do site Ribeiras.com

Anónimo disse...

e ver o site Ribeiras.com na parte das opinioes.

Anónimo disse...

Parece-me que o que se passa aqui é o mesmo que se passa com o país!!

faltam meios, ou seja, poucos padres para tantas papróquias. Ainda por cima fico com a ideia que os padres são cada vez mais profissionais e cada vez com com menos vocação!!!

Resumindo, ser padre é cada vez mais uma profissão! aguenta católico!!!

Anónimo disse...

Vem aí grandiosos festejos no Verão. Fala-se na comemoração dos 550 anos do povoamento. Que saibamos a ilha começou a ser povoada pelo concelho das Lajes, não pela fronteira.
Celebrar 550 anos do povoamento sdá tem sentido fazer essa comemoração nas Lajes. Santa Maria Madalena, há 550 anos atrás, nem existia.

Anónimo disse...

Há 550 anos Santa Maria Madalena não existia? Pois não! Ela era do tempo de Cristo!

Anónimo disse...

Ora, ora, nada de confusões. O Povoamento da ilha começou pelas Lajes e São Pedro chegou primeiro.

Anónimo disse...

Pois é, S.Pedro chegou primeiro,... mas o primeiro povoamento digno desse nome e a primeira igreja da ilha foi em São Mateus (conselho da Madalena, verifiquem as crónicas eclesiásticas se têm dúvidas). S. pedro nas lajes, quando muito, considera-se uma pequena ermida. sejamos realistas, as lajes foi o local de desembarque...

JL disse...

Qual povoamento digno desse nome?
Onde está isso escrito? São Mateus foi povoado por gente do Faial,e a igreja mais antiga foi a antiga matriz das Lajes, destruida para a nova matriz ser edificada no mesmo local.
S.Mateus foi uma localidade pertencente ao concelho das Lajes durante vários séculos. Depois, já no século 18 passou para o concelho da Madalena.
às vezes a ignirância é atrevida...

Anónimo disse...

Os padres que andam por aí estudaram a história da ilha?
De Portugal e dos Açores?

Padre Paulo Silva disse...

Caros amigos.
Não vale a pena estar a discutir o assunto da procissão dos 550 anos do povoamento da ilha, se não quizerem ir não vão, está decidido e pronto. É na Madalena e nós padres temos autoridade para decidir estes assuntos. Quem não quizer não vai e se não quizerem os seus padroeiros lá, fazam boicote e tranquem as portas das Igrejas, façam o que quizerem, o que está decidido está decidido e pronto.
25 de Julho é na Madalena com Missa às 17.00 horas e a seguir procissão. Ponto Final.

Anónimo disse...

É assim mesmo! Quem manda, manda e o resto é conversa. Bolas! já não sabem o que dizem. Nós somos a Igreja e o resto é paisagem! É assim mesmo!Quem quiser vai, e quem não quizer fica em casa, ou vai dar banho à minhoca....passa fora!