domingo, 14 de março de 2010

A propósito do Altar-mor da Matriz

Vai um secretismo no interior da nossa igreja Matriz.
Hoje a missa dominical, que - pasme-se! - nunca tem hora certa, ao contrário de outras paróquias, foi em São Francisco e parece que assim será até pelo menos ao Domingo de Ramos.
Esta semana colocaram um contentor no adro e, sem que ninguém soubesse do que tinha, sairam de lá peças e peças de madeira. Dizem que é para um retábulo da capela-mor. Será?
E os fiéis - a denominada comunidade- de nada sabem, nem foram tidos nem achados nem informados?
Mas não é o templo um imóvel de culto colectivo, onde os católicos se reunem para celebrar a Fé?
E ninguém diz nada?!...
Assim não se constrói uma comunidade viva e participante. Quando numa família maior ou menor as decisões são tomadas apenas por uns poucos iluminados, não se espere que os restantes membros se mobilizem para grandes ou pequenas causas.
Acaso ainda se lembram como se angariou verbas para terminar a construção da Matriz? Com a participação de todos! Daqui e de lá de fora, onde quer que se encontrassem.
E sabem por que não se avançou na construção de um retábulo para a capela-mor? Não foi só por falta de dinheiro. Foi sobretudo porque as novas orientações litúrgicas e o próprio estilo da Igreja não se compaginavam com talhas de estilo barroco ou outros. Optou-se pela simplicidade, como propunha o Vaticano II.
Será que foi ouvida ou consultada a comissão de Arte Sacra Diocesana, ou algum arquitecto competente e conhecedor destas matérias?
Para mim, o mais importante é construir a comunidade que, pelos vistos, está tão alheada da Igreja. Porquê? Por várias razões, entre as quais, porque os pastores estão ausentes. São pastores itinerantes, são daqui, dali e de lado nenhum, porque não estão nem ali nem acolá.
Vou voltar ao assunto, porque é confrangedor observar a falta de dinamismo na activação e audição de organismos como o conselho pastoral que engloba todos os movimentos e iniciativas paroquiais. Apesar de tudo, há sinais cristãos que deveriam motivar os responsáveis para uma motivação do Povo de Deus.
Mas é preciso estar com e ouvir, para descobrir esses Sinais.

13 comentários:

Anónimo disse...

Não comento.

Anónimo disse...

DEve ter inspiração nas teias de aranha centenárias que por lá habitam e também nas marcas da penetração de água e dos desenhos que os tacos do chão apresentam, isto para não falarmos dos estado de degradação exterior. Penso que a primeira intervenção seria terminar com as infiltraçoes de água, pois esta danifica toda a estrutura e dá desconforto ás poucas "ovelhas" do rebanho que esta igreja ainda alberga.
Mas quem sabe, se não haverá por aí mais uns cheques e umas máquinas fotográficas apontadas para um artigo no jornal local.

Anónimo disse...

A verdade seja dita: O Pároco informou a comunidade da montagem dum retábulo custeado por uma paroquiana.
É triste que haja sempre alguém para dizer mal de tudo e de todos.
Perante este post apetece-me dizer: "LEPRA TE COMA"

Anónimo disse...

Ninguém entende esta nossa gente das Lajes.
Se não se faz é só criticar.
Se se faz critica-se na mesma.
Quem pode contentar esta nossa gente?

Força aos nossos Párocos!

JL disse...

O pároco informou a comunidade? Quando e onde? Sou fiel cumpridor e nunca o ouvir falar de tal coisa. E tratando-se de um assunto interessante e importante para a paróquia, por que não publicar a notícia nO DEVER? Não é o jornal da paróquia?
"Dizer mal de tudo e de todos" é uma expressão de quem pertence ao reduzido grupo de mandantes e não pretende que outros se empenhem nas actividades paroquiais. Os grupos enclausurados foram sempre as causas que mais prejuízos provocaram a uma igreja que se quer aberta a todos, responsável e actuante.
Ou será que esse grupelho não reflecte sobre os seus comportamentos e atitudes sigilosas?

católico preocupado disse...

Não se trata de fazer ou de não fazer. Trata-se de ser transparente nos processos e nas atitudes, de envolver as pessoas para fazer comunidade, de dinamizar...
Também dou força aos nossos padres, mas para que eles se libertem dos ratos de sacristia que os dominam a seu belo prazer e afastam os fiéis de tudo quanto seja participação nas coisas da Igreja. Os cristãos não servem só para lavar as igrejas antes da festa ou para dar dinheiro quando há necessidade dele para isto o aquilo. Precisam de sentir-se envolvidos nas actividades paroquiais, como gente adulta que tem uma palavra a dizer. Não para dizer AMEN a tudo, muito menos aos que entendem que agem na igreja "para contentar esta gente".
O que esse comentário revela é um autoritarismo e um despotismo que a Igreja- Comunidade rejeita, na sua doutrina.
Quem assim pensa, não tem sentido cristão. Age na Igreja como se essa instituição fosse uma coutada sua. E não é.
Talvez por isso é que "não entendem esta nossa gente". Porque entendem a Igreja como uma instituição deles.
Infelizmente essa gente precisa de uma catequização urgente sobre os conceitos teológicos de Igreja, Povo de Deus, participação laical, pastoral litúrgica, etc.
Não sei se os senhores padres terão força para mudar as mentalidades conservadoras de gente com atitudes repelentes.

Anónimo disse...

Pasme-se sim, o contentor está fechado e a chave para o abrir encontra-se em Ponta Delgada;
Pasme-se por quem ouve mal;
Pasme-se sim porque afinal não leu o Jornal "O Dever" de 20 de Agosto de 2009;
Pasme-se sim quando se publica a mesma foto que fez parte do Blog "Lajes do Pico" em 4 de Abril de 2009, o assunto também era a Matríz;
Dizer por dizer é triste, mas porque não pergunta ao Senhor responsável pelo Blog a quem possa dizer a verdade?

Manuel Gomes disse...

Pelo que leio neste post, o seu autor tem razão. Em nenhum comentário se informa o que se pretende fazer na Matriz nem se mostrou um desenho, uma imagem sequer... Estas decisões sigilosas não abonam a transparência de processos e decisões sobre um imóvel paroquial que, por falta de envolvimento dos cristãos se manteve degradado exteriormente até ao Verão do ano passado.
Ou não é verdade?
Querem continuar a afastar as pessoas das decisões paroquiais?Então preparem-se para terem celebrações cada vez com menos gente. Quando a Igreja é apenas de um punhado de pessoas, os outros afastam-se...

Anónimo disse...

Boca Santa! Nunca que caiam os dentes!

Anónimo disse...

Mais patrimonio para apodrecer.
porque não investem na cobertura, na beneficiação do templo, na limpeza e asseio do mesmo?
Mas pronto, um altar dá mais nas vistas, mas tenham calma que é o mesmo que vestir uma roupa nova sem tomar banho

Rui Pedro Avila disse...

Estou triste, mesmo triste. Lembro-me perfeitamente da notícia em Agosto, n'O Dever, projectando essa obra, que há muito se reclamava, no altar-mor da Matriz da S.tma Trindade das Lajes. É verdade que o Concílio foi um "travão" à conclusão e implementação do projecto inicial, mas muito mais, foi aproveitado pelo Sr. P. Cardoso - o grande obreiro daquela construção que nunca foi valorizado pelos Lajenses - para inaugurar uma igreja, porque também não tinha verbas para mais. Os "tacos" das naves laterais só vieram depois e tanta e tanta coisa que por lá se foi fazendo. Lembro-me de toda aquela inauguração e de tudo o que ali se passou. Lembro-me da ideia do P. Cardoso de arranjar um reposteiro para o fundo do altar-mor, com o simbolo PX (CRUZADO) em madeira, já que contava com a colaboração, sempre até altas horas, do excelente carpinteiro (já falecido) Sr. Manuel Lourenço Azevedo, o mesmo que lançou essa empresa lajense MLA. E vi também a Dª. Maria Angélica Azevedo oferecer muitas horas a passar a ferro (na noite da véspera) esse "reposteiro" que era completado pela pintura - imitando uma semalha - do tambem saudoso Manuel Madruga (Sabina). Estão agora e ainda bem dando dignidade ao altar-mor com uma generosa doação de alguém que muito tem contribuido para a igreja Matriz e não só. Quer continuar a contribuir também para "engrandecer" o altar, que merece outra dignidade como a que tinha então na igreja de S. Francisco, o de Nossa Senhora de Lurdes. Porque não? Digo eu, terá sempre o meu aplauso porque beneméritos existem poucos. Toda a gente que se empenha e quer saber, conhece o que se está a fazer nesse altar-mor desde que o Padre Rui Silva teve essa iniciativa e encontrou uma benemérita. Falar em fotos para jornais é quase "ridículo", falar por falar todos tem esse direito, mas não respeitarem quem trabalha... por amor de Deus... Já agora, desde que o reposteiro "caiu", no tempo de outro nobre sacerdote o Dr. Rogério, ele engendrou um "Sacrário" para lá porque, dizia-me ele, não concebia aquele "vazio profundo"... Depois levaram o Sacrário para a lateral do lado do mar, como é uso hoje... Tudo se vai fazendo e adaptando, mas não percebo porque se quer fazer uma guerra, quando toda a estrutura paroquial, aquela que se interessa, conhece perfeitamente o que o P. Rui deixou em andamento e já agora, quem quer saber, pode saber da intenção de se "dignificar o altar de Nossa Senhora de Lurdes, mas por favor não "apavorem" a benemérita Senhora porque a "fonte pode secar" e, quem muito quer discutir, às vezes senão quase sempre, pouco ou nada contribui. É mais que evidente, que todas as obras são do conhecimento de "quem de direito", só não são discutidas em cafés... e também nem sempre é necessário...

artur xavier disse...

Dez comentários em apenas dois dias, é claramente demonstrativo que o assunto é interessante e que a comunidade, pelo menos a que se movimenta nestes meios, está atenta. Também eu julgo que não havia necessidade para tanto "secretismo". A não ser que o objectivo seja o de causar uma agradável surpresa aos paroquianos. Vamos todos pensar que assim seja.

Anónimo disse...

A ideia do reposteiro foi do Pe Coelho de Sousa para encurtar a profundidade da capela-mor, e lá colocar o Sacrário num pedestal, feito pelo Manuel Lourenço, com desenho, salvo erro de Coelho de Sousa. Uma estrutura simples, na sequência das orientações conciliares. Foi pena que se tivesse retirado o púlpito em pedra (se fosse hoje, tal, certamente, não teria acontecido). Pretender introduzir elementos que contrariem as orientações litúrgicas, sem ter em conta todos os condicionalismos do acabamento do edifício, limita-se a introduzir mais contradições estilísticas que não contribuirão para a estética do imóvel. Foi por isso que quando a Matriz foi fechada se optou por deixar o teto à amostra, ao contrário do que concebeu o projectista. Tudo em nome da simplicidade. A ver vamos e oxalá que o investimento seja sobretudo para maior honra e glória de Deus!...